Este é um documentário didático de Roman Bruni sobre teatro infantil, roteiro adaptado a partir do livro 'Aventuras do teatro', de Maria Clara Machado.
O documentário apresenta as técnicas da autora e mestra de teatro infantil, na sua escola O Tablado, no Rio de Janeiro, em 1990.
Além de registrar o processo de montagem da peça 'O Cavalinho Azul', o filme inclui entrevistas com atores, técnicos e um grupo de alunos que visita a escola para aprender com a mestra, como se desenvolve um espetáculo de teatral infantil.
COMENTÁRIOS DO AUTOR:
O documentário teve ampla divulgação e distribuição, com apoio da Editora José Olympio e Crianças Criativas, distribuidora durante a década de 1990, em escolas do interior do país - fato raro na época. Hoje, extravasa sua primária função didática voltada a crianças ao servir de registro do processo de Maria Clara Machado e das técnicas de formação de atores da sua escola Tablado, durante a extraordinária montagem da peça 'Cavalinho Azul' com Luis Carlos Tourinho, e entrevistas raras com Kalma Murtinho figurinos e Anna Letycia cenografia e Cacá Mourthé.
O grupo de atores/alunos que visitam o tablado e fazem perguntas a Maria Clara Machado inclui o poeta Cairo Trindade, que sendo estudioso da técnica de Stanislawski para o ator - que Maria Clara Machado trouxe de forma pioneira para o Brasil e América Latina - foi vital para completar o roteiro do documentário.
Chaves do Teatro é um documentário que se quer didático, apresentando apenas momentos criativos, aplicação de ideias e técnicas, processos, mostrando através das formas de contato no ambiente teatral no Tablado um vislumbre da escola, da professora e mestre, assim como sua visão da narrativa para crianças. No mundo em que vivemos hoje, com a facilidade digital para a criação de imagens, tanto 'Cavalinho Azul' quanto os exercícios do ator que Clara utiliza no Tablado nos falam do porquê fazer narrativas visualmente ricas, o que numa época de excessos visuais inflados e conteúdo de informação diluído por uma verborragia ininterrupta é uma boa lembrança do que a tradição pode vir a ter para quem souber ler por detrás da simplicidade, pelos intervalos de movimento, nas trocas de luz, na dinâmica da emoção feliz de reencontrar outra vez - e sem nenhum aviso prévio - o cavalinho azul que todos buscamos.
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